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Quatro e meia da manhã hora de levantar 
Calor, chuva ou frio tem que trabalhar 
Trancam os filhos em casa pra não correrem perigo 
Ou trabalham juntos neste paraíso 
Dez ou doze horas ganhadas com muito suor 
E você acha que é só ? Não ! 
A batalha mais triste no seu território 
Que, infelizmente, fica em frente ao seu dormitório 
Não vá pensando que a vida desses pobres coitados 
De repente se transforma em um mar de rosas 
E quando será que os relógios da vergonha e da justiça 
Irão acertar as horas, enquanto deste lado 
Puxamos o barco sem sair do lugar 
Outro lado de braços abertos fica à esperar 
Que os ponteiros se acertem e dêem a hora certa 
E melhorem a vida dessa brava gente da favela 
Que horas são ? Não sei responder 
Que horas são ? Pra que você quer saber ? 
Provavelmente a hora não vai estar certa 
Pra poder melhorar a vida dessa brava gente da favela 
Que sempre espera e não desespera 
Vive atado, amarrado, vida longa pra quimera 
Enganados cara a cara como sempre 
Sem saídas eminentes 
Falo pro meu povo, falo da minha gente 
Falo da minha terra, brava, brava gente 
Anos de trabalho sem reconhecimento 
Anos e anos de luta e sofrimento 
E no final eles querem sossego e só 
E lhes negam 147 % do seu suor 
Se chove ninguém consegue dormir 
Porque a qualquer momento a casa pode cair 
A mãe olha para o filho e reclama 
Lá fora tá chovendo e ele sujou o pé na lama 
Ela corre tranca portas e janelas 
Pois está ouvindo os tiros 
pai diz que na esquina tem jornais clareados à vela 
Essa é a vida rotineira dessa brava gente da favela 
Que horas são ? Não sei responder 
Que horas são ? Pra que você quer saber ? 
Provavelmente a hora não vai estar certa 
Pra poder melhorar a vida dessa brava gente da favela 
Que sempre espera e não desespera 
Vive atado, amarrado, vida longa pra quimera 
Enganados cara a cara como sempre 
Isso já não nos surpreende 
Refrão 
Às quatro e meia é obrigado a acordar 
E mesmo assim vai trabalhar 
E mesmo assim tem que batalhar 
Às vezes vai a pé, às vezes nem vai 
Busão lotado, cuidado com a marmita pra não amassar 
Eu faço isso tudo isso porque sou muito pobre 
Mas eu tenho fé que isso há de mudar 
Quando os relógios conseguirem se acertar 
Trazendo a esperança, trazendo alegria, 
Trazendo a bondade, paz e harmonia 
Deus nosso pai é senhor do tempo, 
Deus nosso pai é senhor do tempo 
E o homem também diz : 
Favela é onde moram pessoas com dignidade 
Suas crianças sem rumo observam o mundo 
Criam alternativas maneiras de agarrar a liberdade 
Até que um dia com orgulho encontre o seu prumo 
Ligamos a TV, e vemos tudo em branco e preto 
A vergonha e a justiça cobertas com um manto 
Mas não um manto divino como vocês pensam 
E sim dos hipócritas que nos argumentam 
Existem códigos de tudo que se possa ter 
E a cada dia nasce outro, isso nos impressiona 
E nós também, temos um código que faz temer 
É o código do silêncio, este sim funciona 
Nas favelas nascemos com a educação 
Já os ricos imundos com a discriminação 
Não me entendam mau quando eu cito os ricos imundos 
Essa mensagem é só pra quem a carapuça servir 
E quando eu digo favelas não é só pros favelados 
É também pros mendigos e injustiçados 
Que dia e noite, noite e dia imaginam 
Uma vida diferente como seria 
Infelizmente os relógios sempre se atrasam 
Não tem jeito deles darem uma hora certa 
Digo isso sem apelo e muita coragem 
Porque sou fruto e faço parte 
Dessa brava gente da favela 
Que horas são ? Não sei responder 
Que horas são ? Pra que você quer saber ? 
Provavelmente a hora não vai estar certa 
Pra poder melhorar a vida dessa brava gente da favela 
Que sempre espera e não desespera 
Vive atado, amarrado, vida longa pra quimera 
Enganados cara a cara como sempre 
Isso já não nos surpreende
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